Projeto Hamster

Olá! Este é o começo de uma nova saga. Resolvi criar este blog para relatar como será minha vida com um hamster. Antes de tudo, vou contar como cheguei à ideia de criar um hamster.


Minha família sempre foi muito apegada a bichos. Meu avô, quando tinha o sítio, criava papagaio, cachorro, gato, coelho e possuía afeição por todos. Mas o tempo foi passando, a hora dos bichinhos chegando e foi inevitável: um por um, os amados mascotes foram morrendo. A linha final da vida, o muro de lamentações do qual ninguém escapa. Junto com os bichinhos, foi-se o amor para com eles e chegou uma intrusa. A dor. Quando se pega afeição por um mascote, tem-se ela até o fim da vida dele, ou da sua. É um lindo ciclo de amizade que infelizmente tem sempre um final triste. 


Após meu avô se mudar para São Paulo, algumas coisas mudaram junto com a casa. Não mais ele tinha aquele monte de bichos lindos e brincalhões. Então, na nova casa, passamos a ter apenas uma cachorra. O tempo foi passando como sempre, e eis que a cachorra também morreu. Por um acidente ridículo, mas morreu. Após a tragédia, não tivemos mais um mascote se quer. Estranhamente, pensar na dor de perder o bichinho acabou sendo maior do que o prazer de conviver com ele. Não somente isso como outros fatores acarretaram para que em meus quinze anos de vida eu não tivesse contato com outros animais (dentro de casa) que não fossem peixinhos de aquário.


As respostas ao "posso ter um bichinho?" eram sempre do tipo: não temos espaço, não temos dinheiro pra bancar um animal, você não vai cuidar direito. De fato, nossa casa não é grande para ter um cachorro ou gato, sustentá-los demanda dinheiro que poderia ser investido em outra coisa, e provavelmente eu não saberia como cuidar de um mascote desses. Mas com um hamster seria muito, muito diferente. Vivem em gaiolas e ocupam pouco espaço, não necessitam de muitos recursos financeiros e são relativamente fáceis de cuidar. Fim de minha jornada. Será?


Desta vez decidido, resolvi reivindicar meus direitos e exigir um bichinho de estimação! Não, não foi isso que aconteceu. De fato fiquei decidido, porém não saí gritando com ninguém. O que aconteceu foi bem simples. Numa dessas saideiras com os amigos, tive que passar na casa da Wilmara, uma amiga minha. Essa amiga, por sua vez, tem uma hamster chamada Pam. E, obviamente, fiquei curioso e logo a semente da ideia foi colocada em minha mente. 


Os fatos que relatei logo acima aconteceram há uma semana, e durante essa semana vim alimentando essa ideia. Sou despreparado então? Nem tanto. Quando eu cismo com algum projeto, vou com ele até o fim, ao menos que hajam impedimentos que se resumem a TEMPO x ESTUDO x DINHEIRO. Neste caso, tenho que declarar o projeto como falido ou deixar ele "de molho" até arranjar alguma solução. Com o Projeto Hamster não foi diferente. Pulei de cabeça neste projeto e comecei a procurar inúmeros artigos sobre hamsters. Li sites especializados, conversei em Pet Shop's, pesquisei as raças de hamsters, enfim, juntei o máximo de informações que podia, e concluí que ter um mascote desses seria fácil. O que não seria é ter carta branca para isso.


A primeira barreira é minha mãe. Geralmente ela aceita e apóia certos projetos meus, porém há vezes que simplesmente um "Não" ressoa por toda a casa. Então, logo após o jantar, tomei a iniciativa. "Mãe, posso ter um hamster?". Sim, direto e reto. E a resposta foi direta e reta também. "Hum... não". Simples assim. Mas, para minha sorte, o "não" veio acompanhado de um hesitado "hum". Ou seja, eu ainda tinha chances. E essas chances se concretizaram quando ela continuou. "Por mim tudo bem, mas tem que ver com seu avô. Resolva com ele". Nessa hora eu quase declarei o projeto como falecido, morto, decapitado, cremado, enterrado a sete palmos. Não, não é exagero. Passar pela malha fina do meu avô seria muito, muito difícil. O que, para minha surpresa, não foi. 


"Vô, posso te pedir um favor?". "Claro, se estiver ao meu alcance". "Minha mãe já deixou, só preciso que você concorde. Eu posso ter um hamster?". Foi bem na lata também. Não gosto de titubear quando estou metido num projeto, principalmente quando envolve terceiros que praticamente decidem se o projeto afunda ou não. Felizmente a resposta foi boa. "Se você cuidar bem dele, pode". 


E foi assim que eu obtive a inédita carta branca para ter um mascote. Até eu fiquei surpreso, pois me preparava para um não. Porém o destino foi mais suave e pude então botar o planejamento em prática, finalmente. 


Em relação ao blog, eu o criei para fazer um relato, um registro de como será minha vida a partir de agora. Ter um hamster parece fácil quando se olha a teoria, porém a pratica pode não ser tão igual assim. Aqui no blog estarei postando o início da jornada e o decorrer dos fatos, bem como manuais para cuidar de seu hamster e outras dicas que virão com o tempo. 


Por hoje é isso. Espero que este projeto seja legal, interessante e que não só me ajude como ajude a você que também está começando a ter a ideia de criar um hamster. Em breve estarei melhorando a aparência do blog e deixando-o mais confortável de ler.


Gabriel